domingo, 13 de janeiro de 2013

A EDUCAÇÃO RANÇOS E SEUS AVANÇOS



Este trabalho tem o objetivo de identificar as mudanças que houve na educação e as classificar as diferenças de épocas em tempos de globalização.
Em cada sociedade, a educação deve ser concebida para atender, ao mesmo tempo, ao interesse dos indivíduos. É da combinação desses interesses que emergem os seus princípios fundamentais, e são estes que devem nortear a elaboração dos conteúdos do ensino, as práticas pedagógicas e a relação da escola com a comunidade e com o mundo.
O interesse social se impera no papel que a educação deve desempenhar na manutenção da identidade nacional, na idéia de sucessão das gerações e de continuidade da nação, na vontade de progresso e na preservação da cultura. O interesse individual se revela pela parte que é devida à educação na construção da pessoa, em sua inversão afetiva e intelectual, na sua promoção pelo trabalho levando o indivíduo a uma realização plena e a um enriquecimento permanente. Juntar o interesse social e o interesse individual da educação deve também constituir a garantia de que a dinâmica social não será excludente.
As modalidades sucessivas da democracia como regime político, social e econômico levou no após-guerra, à social-democracia. A história da civilização se confundira com a busca, sempre renovada, e o encontro das formas práticas de atingir aqueles mencionados princípios fundamentais da educação, sempre a partir de uma visão filosófica e abrangente do mundo.
O ensino no Brasil está mudando. A consolidação do Estado democrático, as novas tecnologias e as mudanças na produção de bens, serviços e conhecimentos exigem que a escola possibilite aos alunos integrarem-se ao mundo contemporâneo nas dimensões fundamentais da cidadania e do trabalho.
A chamada globalização influencia não apenas a atividade econômica mundial, mas também a vida em sociedade. Para Ianni (1997, p.29),

É uma realidade problemática atravessada por movimentos de integração e fragmentação simultaneamente à interdependência e acomodação, desenvolvem-se fusões e antagonismos: implicam tribos e nações, coletividades e nacionalidades, grupos e classes sociais, trabalho e capital, etnia e religiões, sociedade e natureza. São muitas as diversidades e desigualdades que se desenvolvem com a sociedade global. Algumas são antigas e outras recentes, surpreendentes. Para compreender os movimentos e as tendências da sociedade global, pode ser indispensável compreender como as diversidades e desigualdades atravessam o mundo (IANNI, 1997, p. 29).

Houve várias mudanças na educação e algumas deficiências, decorrentes das várias mudanças. Demo (1997, p. 95) lembra que não podemos perder de vista que (...).

Aos que nada vêem de bom na LDB, gostaríamos de dizer que o esforço do senador Darcy Ribeiro (...) não foi em vão. De um congresso vetusto como o nosso só pode sair uma lei antiquada. Mesmo assim, a lei contém avanços ponderáveis, que permitem, sobretudo em seu senso pela flexibilidade legal, rumar para inovações importantes.

Partindo de princípio definidos na LDB, o Ministério da Educação, num trabalho conjunto com educadores de todo o país, chegou a um novo perfil para o Currículo, apoiado em competências básicas para a inserção de nossos jovens na vida adulta. Tínhamos um ensino descontextualizado, compartimentalizado e baseado no acúmulo de informações. Ao contrário disso, buscamos dar significado ao conhecimento escolar, mediante a contextualização; evitar a comparti mentalização, mediante a interdisciplinaridade  e incentivar o raciocínio e a capacidade de aprender.
(SANTOS, 2004 p.178). É viável destacar que o Currículo constitui o elemento central do projeto pedagógico, pois ele viabiliza o processo de ensino e aprendizagem. Contribuindo com esta análise Sacristán (1999, p. 61) afirma que:

O Currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre o conhecimento e cultura herdada e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria (idéias, suposições e aspirações) e a prática possível, dada determinadas condições.

As professoras e os professores de todas as épocas e lugares sempre estiveram envolvidos, de uma forma ou outra, com o currículo, antes mesmo que o surgimento de uma palavra especializada como “currículo” pudesse designar aquela parte de suas atividades que hoje conhecemos como “currículo”.
Com base nas entrevistas, a educadora,  aposentada relatou que na sua época usava livros didáticos, escolhia o conteúdo e métodos de ensino, a avaliação era feita com provas orais e escrita, o professor fazia tudo, tinha liberdade de organizar suas aulas sem colaboração e supervisão, só o professor atuava na escola, o currículo era organizado usando os livros didáticos, ensinando as quatro operações e conhecimentos gerais, classes gramaticais e civismo. O espaço físico da escola era com várias séries juntas, muito desorganizado, mas o aluno aprendia, mesmo de forma amedrontada, o professor da década de 60 e 70 ele era burocrático e alunos respeitavam como se fosse um parente mais próximo.
Um professor atuante diz que sua participação na seleção dos conteúdos planeja em conjunto com outros professores da mesma disciplina, usam-se métodos de pesquisa variada: debate, peça teatral, duplas, produção de textos, ditado que é um uso tradicional. A avaliação também é de várias formas, participação, habilidades, escrita em produção textual (geral da unidade). Também o professor atuante diz que é ele que organiza suas aulas e outros profissionais  trabalham na escola ex: diretor, coordenador, supervisor acadêmico em gestão escolar, secretário, professores acadêmicos, merendeiras, guardas, zelador e que o currículo da escola é desorganizado com ausência da construção de projetos em forma de trabalho coletivo; escola e comunidade são ensinadas conteúdos prontos do livro didático, algumas disciplinas com conteúdos da atualidade.
Em tempos reais, existem várias formas de um ensinar diferente, para que o aluno tenha mais conhecimento, interpretando, relacionando e contextualizando.
O aprender vai depender muito do aluno, pelo grau de informação que tem para oferecer, apesar de que são poucas as tecnologias a serem conquistadas.
Considerando os avanços na educação brasileira em alguns pontos, o fator econômico tem o papel relevante nas mudanças ocorridas no currículo e na estrutura e organização das escolas. Não é, o único. Houve mudanças reais de atitude, de conhecimento, ideologias, que estão associadas às pressões econômicas e tecnológicas, mas que, conceitualmente são diferentes delas.
Os educadores de trinta anos atrás, tinham a escassez de recursos como: materiais didáticos usavam apenas giz, livros e um caderno, sem capacitação, todos os anos aplicavam os mesmos assuntos, os alunos aprendiam de forma amedrontada, sem poder participar das aulas, ficava calado sem dizer uma palavra. Na atualidade os professores usam recursos tecnológicos, recebem capacitação, mas com dificuldade em passar para o aluno o acesso das tecnologias, os alunos buscando avanços no mundo das tecnologias, participando diariamente das aulas.
O ensino de qualidade vem sendo preocupante mais do que a educação de qualidade, até por que são de conceitos diferentes. No ensino de qualidade envolve a organização inovadora mais aberta, dinâmica, uma infra-estrutura adequada, uma tecnologia renovada, alunos motivados, preparados no intelectual e emocional, com grandes capacidades, professores bem remunerados, bem preparados. Pois hoje, o ensino não é de boa qualidade, um número excessivo de alunos por sala, a remuneração é mal mesmo, a infra-estrutura tem sido inadequada, professores poucos capacitados, falta de muitos recursos tecnológicos, e os que têm, poucos tem acesso, para as instituições públicas a falta de materiais didáticos.
O ensino é uma situação bastante caótica, certo que irá demorar muito para se chegar num ensino de grande qualidade, portanto, o desafio maior é caminhar para uma educação de qualidade, interagindo as dimensões do ser humano. Por isso, é necessário investir na educação, fundar a autonomia de um povo e garantir-lhe as bases permanentes de seu refazimento em face de crise que o podem abalar. Investir em educação é garantir uma produtividade maior.
Apesar de que as leis indicam uma teoria rica, capaz de mudar o quadro nacional da educação, más na prática muito ainda precisa ser feito, cabe também a nós como educadores, a tarefa de promover ações que possamos atingir a meta de uma educação de qualidade para todos.
 


 

REFERÊNCIAS


IANNI, O. A era do Globalismo. In: Universidade Norte do Paraná. Curso Normal Superior: Módulo 2.2ed.rev.ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.p.29.

DEMO, P. A nova LDB: ranços e avanços. In: Universidade Norte do Paraná. Normal Superior: Módulo2. 2 ed.rev.ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.p 167.

SACRISTAN, J. G. Comprender e transformar o ensino. IN: Universidade Norte do Paraná. Curso Normal Superior: Módulo 2. 2 Ed.rev. ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.p.179.

SANTOS, A.R. de Jesus. Sociedade e Currículo. IN: Universidade Norte do Paraná. Curso Normal Superior: Módulo 2. 2 ed.rev.ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.

SANTOS, A. R. de Jesus. Processo Educativo no Contexto  Histórico IN: Universidade Norte do Paraná. Curso Normal Superior: Módulo 2. 2 ed. Ver. Ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.

SANTOS, M. B. F. A  Construção dos Espaços Educativos IN: Universidade Norte do Paraná. Curso Normal Superior: Módulo 2. 2 ed.rev. ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.

MARTINS, Joel. Um enfoque fenomenológico do currículo: educação como poíesis. São Paulo: Cortez, 1992.

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