Este trabalho tem o
objetivo de identificar as mudanças que houve na educação e as classificar as
diferenças de épocas em tempos de globalização.
Em cada sociedade, a
educação deve ser concebida para atender, ao mesmo tempo, ao interesse dos
indivíduos. É da combinação desses interesses que emergem os seus princípios
fundamentais, e são estes que devem nortear a elaboração dos conteúdos
do ensino, as práticas pedagógicas e a relação da escola com a comunidade e com
o mundo.
O interesse social se
impera no papel que a educação deve desempenhar na manutenção da identidade
nacional, na idéia de sucessão das gerações e de continuidade da nação, na
vontade de progresso e na preservação da cultura. O interesse individual se
revela pela parte que é devida à educação na construção da pessoa, em sua
inversão afetiva e intelectual, na sua promoção pelo trabalho levando o
indivíduo a uma realização plena e a um enriquecimento permanente. Juntar o
interesse social e o interesse individual da educação deve também constituir a
garantia de que a dinâmica social não será excludente.
As modalidades sucessivas
da democracia como regime político, social e econômico levou no após-guerra, à
social-democracia. A história da civilização se confundira com a busca, sempre
renovada, e o encontro das formas práticas de atingir aqueles mencionados
princípios fundamentais da educação, sempre a partir de uma visão filosófica e
abrangente do mundo.
O ensino no Brasil está
mudando. A consolidação do Estado democrático, as novas tecnologias e as
mudanças na produção de bens, serviços e conhecimentos exigem que a escola
possibilite aos alunos integrarem-se ao mundo contemporâneo nas dimensões
fundamentais da cidadania e do trabalho.
A chamada globalização
influencia não apenas a atividade econômica mundial, mas também a vida em sociedade. Para Ianni
(1997, p.29),
É uma realidade
problemática atravessada por movimentos de integração e fragmentação
simultaneamente à interdependência e acomodação, desenvolvem-se fusões e
antagonismos: implicam tribos e nações, coletividades e nacionalidades, grupos
e classes sociais, trabalho e capital, etnia e religiões, sociedade e natureza.
São muitas as diversidades e desigualdades que se desenvolvem com a sociedade
global. Algumas são antigas e outras recentes, surpreendentes. Para compreender
os movimentos e as tendências da sociedade global, pode ser indispensável
compreender como as diversidades e desigualdades atravessam o mundo (IANNI,
1997, p. 29).
Houve várias mudanças na
educação e algumas deficiências, decorrentes das várias mudanças. Demo (1997,
p. 95) lembra que não podemos perder de vista que (...).
Aos que nada vêem de bom
na LDB, gostaríamos de dizer que o esforço do senador Darcy Ribeiro (...) não
foi em vão. De
um congresso vetusto como o nosso só pode sair uma lei antiquada. Mesmo assim,
a lei contém avanços ponderáveis, que permitem, sobretudo em seu senso pela
flexibilidade legal, rumar para inovações importantes.
Partindo de princípio
definidos na LDB, o Ministério da Educação, num trabalho conjunto com
educadores de todo o país, chegou a um novo perfil para o Currículo, apoiado em
competências básicas para a inserção de nossos jovens na vida adulta. Tínhamos
um ensino descontextualizado, compartimentalizado e baseado no acúmulo de
informações. Ao contrário disso, buscamos dar significado ao conhecimento
escolar, mediante a contextualização; evitar a comparti mentalização, mediante
a interdisciplinaridade e incentivar o
raciocínio e a capacidade de aprender.
(SANTOS, 2004 p.178). É
viável destacar que o Currículo constitui o elemento central do projeto
pedagógico, pois ele viabiliza o processo de ensino e aprendizagem. Contribuindo
com esta análise Sacristán (1999, p. 61) afirma que:
O Currículo é a ligação
entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à educação; entre o
conhecimento e cultura herdada e a aprendizagem dos alunos; entre a teoria
(idéias, suposições e aspirações) e a prática possível, dada determinadas
condições.
As professoras e os
professores de todas as épocas e lugares sempre estiveram envolvidos, de uma
forma ou outra, com o currículo, antes mesmo que o surgimento de uma palavra
especializada como “currículo” pudesse designar aquela parte de suas atividades
que hoje conhecemos como “currículo”.
Com base nas entrevistas,
a educadora, aposentada relatou que na
sua época usava livros didáticos, escolhia o conteúdo e métodos de ensino, a
avaliação era feita com provas orais e escrita, o professor fazia tudo, tinha
liberdade de organizar suas aulas sem colaboração e supervisão, só o professor
atuava na escola, o currículo era organizado usando os livros didáticos,
ensinando as quatro operações e conhecimentos gerais, classes gramaticais e civismo.
O espaço físico da escola era com várias séries juntas, muito desorganizado,
mas o aluno aprendia, mesmo de forma amedrontada, o professor da década de 60 e
70 ele era burocrático e alunos respeitavam como se fosse um parente mais
próximo.
Um professor atuante diz
que sua participação na seleção dos conteúdos planeja em conjunto com outros
professores da mesma disciplina, usam-se métodos de pesquisa variada: debate,
peça teatral, duplas, produção de textos, ditado que é um uso tradicional. A
avaliação também é de várias formas, participação, habilidades, escrita em
produção textual (geral da unidade). Também o professor atuante diz que é ele
que organiza suas aulas e outros profissionais trabalham na escola ex: diretor, coordenador,
supervisor acadêmico em gestão escolar, secretário, professores acadêmicos, merendeiras,
guardas, zelador e que o currículo da escola é desorganizado com ausência da
construção de projetos em forma de trabalho coletivo; escola e comunidade são
ensinadas conteúdos prontos do livro didático, algumas disciplinas com
conteúdos da atualidade.
Em tempos reais, existem
várias formas de um ensinar diferente, para que o aluno tenha mais
conhecimento, interpretando, relacionando e contextualizando.
O aprender vai depender
muito do aluno, pelo grau de informação que tem para oferecer, apesar de que
são poucas as tecnologias a serem conquistadas.
Considerando os avanços
na educação brasileira em alguns pontos, o fator econômico tem o papel
relevante nas mudanças ocorridas no currículo e na estrutura e organização das
escolas. Não é, o único. Houve mudanças reais de atitude, de conhecimento,
ideologias, que estão associadas às pressões econômicas e tecnológicas, mas
que, conceitualmente são diferentes delas.
Os educadores de trinta
anos atrás, tinham a escassez de recursos como: materiais didáticos usavam
apenas giz, livros e um caderno, sem capacitação, todos os anos aplicavam os
mesmos assuntos, os alunos aprendiam de forma amedrontada, sem poder participar
das aulas, ficava calado sem dizer uma palavra. Na atualidade os professores
usam recursos tecnológicos, recebem capacitação, mas com dificuldade em passar
para o aluno o acesso das tecnologias, os alunos buscando avanços no mundo das
tecnologias, participando diariamente das aulas.
O ensino de qualidade vem
sendo preocupante mais do que a educação de qualidade, até por que são de
conceitos diferentes. No ensino de qualidade envolve a organização inovadora
mais aberta, dinâmica, uma infra-estrutura adequada, uma tecnologia renovada,
alunos motivados, preparados no intelectual e emocional, com grandes
capacidades, professores bem remunerados, bem preparados. Pois hoje, o ensino
não é de boa qualidade, um número excessivo de alunos por sala, a remuneração é
mal mesmo, a infra-estrutura tem sido inadequada, professores poucos
capacitados, falta de muitos recursos tecnológicos, e os que têm, poucos tem
acesso, para as instituições públicas a falta de materiais didáticos.
O ensino é uma situação
bastante caótica, certo que irá demorar muito para se chegar num ensino de
grande qualidade, portanto, o desafio maior é caminhar para uma educação de
qualidade, interagindo as dimensões do ser humano. Por isso, é necessário
investir na educação, fundar a autonomia de um povo e garantir-lhe as bases permanentes
de seu refazimento em face de crise que o podem abalar. Investir em educação é
garantir uma produtividade maior.
Apesar de que as leis
indicam uma teoria rica, capaz de mudar o quadro nacional da educação, más na
prática muito ainda precisa ser feito, cabe também a nós como educadores, a
tarefa de promover ações que possamos atingir a meta de uma educação de
qualidade para todos.
REFERÊNCIAS
IANNI,
O. A era do Globalismo. In: Universidade Norte do Paraná. Curso Normal
Superior: Módulo 2.2ed.rev.ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.p.29.
DEMO,
P. A nova LDB: ranços e avanços. In: Universidade Norte do Paraná. Normal
Superior: Módulo2. 2 ed.rev.ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.p 167.
SACRISTAN,
J. G. Comprender e transformar o ensino.
IN: Universidade Norte do Paraná. Curso Normal Superior: Módulo 2. 2 Ed.rev. ampla.
Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.p.179.
SANTOS, A.R.
de Jesus. Sociedade e Currículo. IN:
Universidade Norte do Paraná. Curso Normal Superior: Módulo 2. 2 ed.rev.ampla.
Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.
SANTOS, A. R.
de Jesus. Processo Educativo no Contexto
Histórico IN: Universidade Norte do Paraná.
Curso Normal Superior: Módulo 2. 2 ed. Ver. Ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.
SANTOS, M. B.
F. A
Construção dos Espaços Educativos IN: Universidade Norte do Paraná.
Curso Normal Superior: Módulo 2. 2 ed.rev. ampla. Londrina: UNOPAR: CDI, 2004.
MARTINS, Joel. Um enfoque fenomenológico do currículo:
educação como poíesis. São Paulo: Cortez, 1992.
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