domingo, 13 de janeiro de 2013

A evolução : história e tempo






Resumo: O presente artigo pretende apresentar uma concepção crítica do tempo na história desde os primórdios da história até a  atualidade. Fazendo uma relação entre tempo histórico e tempo cronológico para compreender fatos e formas da organização da sociedade que apontam certos hábitos do passado e no presente de uma sociedade. Discute-se também a importância do tempo para que o homem  interaja dentro da sociedade em que se baseia do tempo cronológico para a sua sobrevivência.

Palavras-chave: história, tempo, sociedade. 


Justificativa
O presente artigo tem como partida a análise crítica do texto “O tempo na História” numa abordagem de concepção sobre o tempo da Pré-História aos nossos dias. Para verificação desta análise serão de valia acadêmica os estudos de casos e as referências bibliográficas.
O objetivo central é fundamentado na crença de que é por meio do conhecimento e da reflexão crítica de analisar o tempo na história e comparar com a atualidade. Ou seja, nessa perspectiva, cumpre-se a tarefa teórica e crítica necessária à história que o tempo é uma questão fundamental na nossa sociedade.
Esse objetivo se justifica na medida em que se percebe que a contagem do tempo é essencial no conceito da estrutura e ordem social que sugere múltiplas concepções de ser humano e de sociedade na história.









 A evolução : história e tempo


Este trabalho tem por objetivo apresentar um estudo realizado, para entender como evoluiu nossa consciência geral sobre o tempo, desde os primórdios da história até o presente. Examina como as civilizações foram influenciadas pelas diversas concepções e pelos métodos de medição do tempo, que nem sempre foi considerado linear e divisível como hoje.
 Desde os tempos mais antigos, os seres humanos percebiam a passagem do tempo observando a natureza. Percebiam, por exemplo, que depois do dia vinha a noite; que os animais e as plantas nasciam, cresciam, reproduziam-se e morriam; que havia épocas de chuvas e épocas de seca.
Foi para organizar as tarefas do dia-a-dia que os seres humanos criaram unidades de medida do tempo, como hora, dia, mês, ano e século.Nesse caso o tempo  é um dado fundamental.
Desde o surgimento da humanidade, milhões de fatos aconteceram em diferentes lugares do mundo: a descoberta do fogo e da roda, o desenvolvimento da agricultura e do teatro, revoluções e guerras, a invenção da máquina a vapor etc.
Organizar esses acontecimentos no tempo é um dos principais desafios do historiador.
Whitrow questiona sobre o modo como medimos o tempo pelo relógio segundo a conveniência geral, ou seja, “o tempo é algo de universal e absoluto”.
Entende-se que o tempo é uma questão fundamental para a nossa existência. Inicialmente os primeiros homens que habitavam na terra determinaram a contagem desse item por meio da constante observação dos fenômenos naturais. Dessa forma, as primeiras referências de contagem do tempo estipulavam que o dia e a noite, as fases da lua, a aparição de outros astros, a variação das marés ou o crescimento das colheitas pudessem metrificar “o quanto de tempo” se passou. Na verdade, os critérios a essa operação são diversos.
Não sendo apenas baseado em uma percepção da realidade material, a forma com a qual o homem conta com o tempo também pode ser visivelmente influenciada pela maneira com que a vida é compreendida. Em algumas civilizações, a ideia de que houve um início em que o mundo e o tempo se conceberam juntamente vem seguida pela terrível expectativa de que, algum dia, esses dois itens alcancem seu fim. Já outros povos entendem que o início e o fim dos tempos se repetem através de uma compreensão cíclica da existência.
Para o autor, Whitrow, o modo como o dia terrestre é dividido em horas, minutos e segundos é puramente convencional.
Apesar de ser um referencial de suma importância para que o homem se situe, a contagem do tempo não é o principal foco de interesse da História. Em outras palavras, isso não quer dizer que o autor não tem interesse pelo tempo cronológico, contando nos calendários, pois sua passagem não determina as mudanças e (ou) acontecimentos (os tais fatos históricos) de estudo. Dessa maneira, se esse não é o tipo de tempo trabalhado pela História, que tempo tal ciência utiliza?
O tempo empregado  é o chamado Tempo Histórico, que possui uma importante diferença do tempo cronológico. Enquanto os calendários trabalham com constantes e medidas exatas e proporcionais de tempo, a organização feita pela ciência histórica leva em consideração os eventos de curta e longa duração. Braudel afirma que era possível dividir os acontecimentos históricos em três dimensões temporais: “breve ou curta duração, média duração e longa duração”.
Para compreender esses acontecimentos, é importante levar em consideração o tempo cronológico, que é marcado pelos calendários. Apenas datando o começo e o fim, de um acontecimento é possível saber sua dimensão: se durou pouco ou no mesmo tempo de outros acontecimentos. Dessa forma  se utiliza das formas de se organizar determinado tempo se diferencia do outro.
Pode-se ainda admitir que a passagem de certo período histórico para outro ainda seja marcado por permanências que apontam certos hábitos do passado, no presente de uma sociedade. Com isso, podemos ver a História que não admite uma compreensão rígida do tempo, onde a Idade Moderna, por exemplo, seja radicalmente diferente da Idade Média. Nessa ciência, as mudanças nunca conseguem varrer definitivamente as marcas oferecidas pelo passado.
Borges admite que “A História, como outras formas de conhecimento da realidade, está sempre se constituindo: o conhecimento que ela produz nunca é perfeito ou acabado”(47-48). Com isso nós mudamos constantemente; isso é válido para o indivíduo e também válido para a sociedade. Nada permanece igual e é através do tempo que se percebem as mudanças.
Bem como Whitrow afirma: “Nosso sentido de tempo envolve alguma consciência da duração e também das diferenças entre passado, presente e futuro” (p.19).
Considerações Finais
A título de conclusão deste trabalho acredita-se ter dentro dos enunciados e considerações aqui abordadas, alcançar os objetivos propostos, fazendo um demonstrativo mesmo parecendo que tempo histórico e tempo cronológico sejam cercados por várias diferenças.Utilizamos a cronologia do tempo para organizar as narrativas que constrói. Ao mesmo tempo, se o tempo cronológico pode ser organizado por referências variadas, o tempo histórico também pode variar de acordo com a sociedade e os critérios que sejam relevantes para o estudioso do passado. Sendo assim, ambos têm grande importância para que o homem organize sua existência.
Com base nas leituras observadas, entende-se  que  o tempo é a dimensão da análise da História. O tempo histórico através do qual se analisam os acontecimentos não corresponde ao tempo cronológico que vivenciamos e que é definido pelos relógios e calendários. No tempo histórico podemos perceber mudanças que parecem rápidas, como os acontecimentos cotidianos.



Referências

BORGES, Vavy Pacheco. O que é História. 12ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1987, PP. 47-48. IN: Schmidt, Mário Furley. Nova História Crítica: Ed rev. e atual. -São Paulo: Nova Geração, 2002.

BRAUDEL, Fernand. História e Ciências Sociais. Lisboa: Presença, 1996. IN: Projeto Araribá: história, obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna- 1. Ed- São Paulo: Moderna, 2006.

WHITROW. G.J. O tempo na história: Concepção da Pré-História aos nossos dias atuais. Tradução de Maria Luiza X. De A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Editar. 1993.

Um comentário:

  1. Parabéns, Professor! Uma boa publicação! Continue sempre atuante nas publicações, pois sucesso você conseguirá!

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