Resumo: O
presente artigo pretende apresentar uma concepção crítica do tempo na história desde
os primórdios da história até a
atualidade. Fazendo uma relação entre tempo histórico e tempo
cronológico para compreender fatos e formas da organização da sociedade que apontam
certos hábitos do passado e no presente de uma sociedade. Discute-se também a
importância do tempo para que o homem
interaja dentro da sociedade em que se baseia do tempo cronológico para
a sua sobrevivência.
Palavras-chave:
história, tempo, sociedade.
Justificativa
O
presente artigo tem como partida a análise crítica do texto “O tempo na
História” numa abordagem de concepção sobre o tempo da Pré-História aos nossos
dias. Para verificação desta análise serão de valia acadêmica os estudos de
casos e as referências bibliográficas.
O
objetivo central é fundamentado na crença de que é por meio do conhecimento e
da reflexão crítica de analisar o tempo na história e comparar com a atualidade.
Ou seja, nessa perspectiva, cumpre-se a tarefa teórica e crítica necessária à
história que o tempo é uma questão fundamental na nossa sociedade.
Esse
objetivo se justifica na medida em que se percebe que a contagem do tempo é
essencial no conceito da estrutura e ordem social que sugere múltiplas
concepções de ser humano e de sociedade na história.
A evolução : história e tempo
Este
trabalho tem por objetivo apresentar um estudo realizado, para entender como
evoluiu nossa consciência geral sobre o tempo, desde os primórdios da história
até o presente. Examina como as civilizações foram influenciadas pelas diversas
concepções e pelos métodos de medição do tempo, que nem sempre foi considerado
linear e divisível como hoje.
Desde os tempos mais antigos, os seres humanos
percebiam a passagem do tempo observando a natureza. Percebiam, por exemplo,
que depois do dia vinha a noite; que os animais e as plantas nasciam, cresciam,
reproduziam-se e morriam; que havia épocas de chuvas e épocas de seca.
Foi
para organizar as tarefas do dia-a-dia que os seres humanos criaram unidades de
medida do tempo, como hora, dia, mês, ano e século.Nesse caso o tempo é um dado fundamental.
Desde
o surgimento da humanidade, milhões de fatos aconteceram em diferentes lugares
do mundo: a descoberta do fogo e da roda, o desenvolvimento da agricultura e do
teatro, revoluções e guerras, a invenção da máquina a vapor etc.
Organizar
esses acontecimentos no tempo é um dos principais desafios do historiador.
Whitrow
questiona sobre o modo como medimos o tempo pelo relógio segundo a conveniência
geral, ou seja, “o tempo é algo de universal e absoluto”.
Entende-se
que o tempo é uma questão fundamental para a nossa existência. Inicialmente os
primeiros homens que habitavam na terra determinaram a contagem desse item por
meio da constante observação dos fenômenos naturais. Dessa forma, as primeiras
referências de contagem do tempo estipulavam que o dia e a noite, as fases da
lua, a aparição de outros astros, a variação das marés ou o crescimento das
colheitas pudessem metrificar “o quanto de tempo” se passou. Na verdade, os
critérios a essa operação são
diversos.
Não
sendo apenas baseado em uma percepção da realidade material, a forma com a qual
o homem conta com o tempo também pode ser visivelmente influenciada pela
maneira com que a vida é compreendida. Em algumas civilizações, a ideia de que
houve um início em que o mundo e o tempo se conceberam juntamente vem seguida
pela terrível expectativa de que, algum dia, esses dois itens alcancem seu fim.
Já outros povos entendem que o início e o fim dos tempos se repetem através de
uma compreensão cíclica da existência.
Para
o autor, Whitrow, o modo como o dia terrestre é dividido em horas, minutos e
segundos é puramente convencional.
Apesar
de ser um referencial de suma importância para que o homem se situe, a contagem
do tempo não é o principal foco de interesse da História. Em outras palavras,
isso não quer dizer que o autor não tem interesse pelo tempo cronológico,
contando nos calendários, pois sua passagem não determina as mudanças e (ou)
acontecimentos (os tais fatos históricos) de estudo. Dessa maneira, se esse não
é o tipo de tempo trabalhado pela História, que tempo tal ciência utiliza?
O
tempo empregado é o chamado Tempo
Histórico, que possui uma importante diferença do tempo cronológico. Enquanto
os calendários trabalham com constantes e medidas exatas e proporcionais de
tempo, a organização feita pela ciência histórica leva em consideração os
eventos de curta e longa duração. Braudel afirma
que era possível dividir os acontecimentos históricos em três dimensões
temporais: “breve ou curta duração, média duração e longa duração”.
Para
compreender esses acontecimentos, é importante levar em consideração o tempo
cronológico, que é marcado pelos calendários. Apenas datando o começo e o fim,
de um acontecimento é possível saber sua dimensão: se durou pouco ou no mesmo
tempo de outros acontecimentos. Dessa forma se utiliza das formas de se organizar
determinado tempo se diferencia do outro.
Pode-se
ainda admitir que a passagem de certo período histórico para outro ainda seja
marcado por permanências que apontam certos hábitos do passado, no presente de
uma sociedade. Com isso, podemos ver a História que não admite uma compreensão
rígida do tempo, onde a Idade Moderna, por exemplo, seja radicalmente diferente
da Idade Média. Nessa ciência, as mudanças nunca conseguem varrer
definitivamente as marcas oferecidas pelo passado.
Borges
admite que “A História, como outras formas de conhecimento da realidade, está
sempre se constituindo: o conhecimento que ela produz nunca é perfeito ou
acabado”(47-48). Com isso nós mudamos constantemente; isso é válido para o
indivíduo e também válido para a sociedade. Nada permanece igual e é através do
tempo que se percebem as mudanças.
Bem
como Whitrow afirma: “Nosso sentido de tempo envolve alguma consciência da
duração e também das diferenças entre passado, presente e futuro” (p.19).
Considerações Finais
A
título de conclusão deste trabalho acredita-se ter dentro dos enunciados e
considerações aqui abordadas, alcançar os objetivos propostos, fazendo um
demonstrativo mesmo parecendo que tempo histórico e tempo cronológico sejam
cercados por várias diferenças.Utilizamos a cronologia do tempo para organizar
as narrativas que constrói. Ao mesmo tempo, se o tempo cronológico pode ser
organizado por referências variadas, o tempo histórico também pode variar de
acordo com a sociedade e os critérios que sejam relevantes para o estudioso do
passado. Sendo assim, ambos têm grande importância para que o homem organize
sua existência.
Com
base nas leituras observadas, entende-se
que o tempo é a dimensão da
análise da História. O tempo histórico através do qual se analisam os acontecimentos
não corresponde ao tempo cronológico que vivenciamos e que é definido pelos
relógios e calendários. No tempo histórico podemos perceber mudanças que
parecem rápidas, como os acontecimentos cotidianos.
Referências
BORGES, Vavy Pacheco. O
que é História. 12ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1987, PP. 47-48. IN: Schmidt,
Mário Furley. Nova História Crítica: Ed rev. e atual. -São Paulo: Nova Geração,
2002.
BRAUDEL, Fernand. História
e Ciências Sociais. Lisboa: Presença, 1996. IN: Projeto Araribá: história,
obra coletiva, concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna- 1. Ed-
São Paulo: Moderna, 2006.
WHITROW. G.J. O tempo
na história: Concepção da Pré-História aos nossos dias atuais. Tradução de
Maria Luiza X. De A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Editar. 1993.
Parabéns, Professor! Uma boa publicação! Continue sempre atuante nas publicações, pois sucesso você conseguirá!
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